AITOR BUCANERO
Sobrevivência nas veias.
Embora eu não saiba o momento exato da
criação desta faca, eu creio que ela se situe após o início da da segunda metade dadécada de 80, porém
o seu projeto começou a ser elaborado bem antes disso.
O perfil da lâmina da Bucaneiro, que os
espanhóis chamam de “afalcatado”, onde a base da lâmina é mais estreita do que
a sua porção frontal e deriva da falcata, uma espada que tem essas características, o nome falcata quer dizer "que tem o formato de foice" e foi utilizado em facas do período da segunda guerra
mundial através da faca criada para o pelotão de montanha da Espanha que foi
desenhada e fabricada pela FNT (Fabrica Nacional de armas de Toledo), desde
meados de 1942/43 e tornou-se regulamentar para esta tropa em 1945.
Faca das tropas espanholas de montanha FNT
A grande sacada que existe por
trás deste formato de lâmina é que a sua porção frontal, sendo mais
pesada, ganha mais poder de corte quando usada para cortar madeira a golpes
(macheteio no bom espanhol ou no inglês shopping como alguns bushcrafters
costumam denominar), mesmo esta não tendo um comprimento muito grande, e,
também, no caso de uma luta corpo a corpo, esta ainda ganha mais poder de corte
e causa maior hemorragia em caso de estocada e, dessa forma, ganhando eficiência
pois uma faca mais leve consegue ter a mesma efetividade que outra de lâmina
maior mas de desenho convencional. Adicionalmente, lâminas afalcatadas também
ganham eficiência na hora do battoning, pois como se sabe, quando batemos na
extremidade de uma lâmina para rachar lenha, esta costuma correr dentro da
madeira ficando cada vês menos extremidade de lâmina para ser golpeada, o que
faz com que se tenha que retirar a lâmina para reinseri-la na madeira ou
golpear-se o cabo para que a lâmina penetre mais e sobre mais ponta para ser
golpeada. Com facas de perfil afalcatado isso simplesmente não acontece pois,
devido ao seu formato peculiar, essas lâminas penetram sempre mais na madeira
quando são golpeadas.
Os leitores que estão atentos ao que estou
escrevendo agora devem estar se perguntando:
_Mas esse formato, que faz a base da
lâmina ser mais estreita do que a sua ponta, não faz, também com que esse
perfil tenha a base mais frágil e fique mais fácil de se quebrar?
A resposta é SIM. Ela realmente é mais frágil em
sua base que na extremidade, mas é só considerar que assim como uma corrente é
tão forte quanto seu elo mais fraco, uma faca é tão forte quanto seu ponto mais
fraco, que é justamente a base mais estreita desta lâmina, mesmo assim, deve-se
analisar que as medidas da lâmina da Bucanero não a deixam assim tão frágeis
pois ela tem 5mm de espessura por cerca
de 40mm de largura, retirando-se os desbastes para o fio de corte e a serra, a
secção possui uma área de aproximadamente 1,20cm², e, pelas normas do tipo de
aço 440C (tomado como base pois não temos literatura suficiente para o aço
MOVA70 usado pela AITOR), a tensão à ruptura é da ordem de 800/850Mpa ou
kgf/cm² então, para uma secção dessas, a resistência fica entre 1.500 a
1.700kgf, mas é claro, que isso é tensão de cisalhamento onde as forças atuam
quase que paralelas, o que quase nunca acontecerá com uma lâmina para esta
finalidade, então podemos supor que guardadas as devidas proporções de pontos
de esforço de ruptura e, quanto mais longa a distância entre as forças, menor
será a resistência do material, se aplicarmos uma força a 10cm de distância da
outra, iremos dividir esse valor por 10, o que ainda nos dá uma resistência de
150 a 170kgf para a ruptura dessa lâmina, empiricamente falando.
Acima, exemplos de força de cisalhamento e força de ruptura.
Porém, tendo isso em consideração, é bom que os seus
usuários saibam que o battoning é a forma mais agressiva de se tratar uma
lâmina pois a força que atua sobre um objeto quando este é golpeado não é
somente a da pressão do golpe, mas da força empregada (isto é, do peso do objeto que golpeia multiplicada pela velocidade que ele estiver no momento do impacto, multiplicado pela força do contentor desse objeto), multiplicada pela distância onde o golpe será dado até o ponto de resistência maior, dependerá, ainda, da resistência do material que será cortado e, ainda, da frequência da vibração a
que essa lâmina irá sofrer e, portanto, em se tratando de uma lâmina que se
destina à sobrevivência, é bom ser bastante moderado no uso dessa prática, seja
com a Bucanero ou qualquer outra lâmina que seja, mesmo que esta seja full tang
que alguns especialistas pregam ser indestrutíveis, principalmente se estas
possuírem serra no dorso pois, se pensarmos direitinho, as serras são reentrâncias
criadas no dorso das lâminas de onde se retirou metal e, por isso ali, por si
só, já é um ponto de fragilização da lâmina.
Voltando ao desenvolvimento dessa faca, e
novamente falando do seu perfil afalcatado, existiu um protótipo que a AITOR
fez nos primórdios da criação das suas primeiras facas de sobrevivência Hollow
handle que, embora tenha esse perfil de lâmina, tinha grandes diferenças com a Bucanero.
Segundo fontes não oficiais, esse protótipo surgiu do desejo dos diretores da
AITOR em participar da concorrência para a adoção do exército dos EUA na metade da década
de 80, de seus novos equipamentos e, se observarmos pelo lado histórico, essa
informação encontra embasamento quando estudamos a adoção da faca/baioneta M-9 desenhada pela empresa PROBIS e fabricada pela Buck que foi adotada em 1986. Lembremos também da forte campanha promocional efetuada pela fabrica, também
espanhola, Marto, com seu modelo Explora survival para, conseguir um
contrato com essa força para o fornecimento desta faca como equipamento de
adoção oficial.
Para isso, a AITOR decidiu fabricar alguns
protótipos de um modelo com o mesmo cabo da Jungle King I, apenas um pouco mais
curto e, uma lâmina de perfil afalcatado que não recebeu sequer um nome mas
somente os dizeres “Cuchillo de supervivência” e a gravação do brasão das
forças armadas espanholas. Apesar do formato parecido, essa faca difere da faca
objeto dessa postagem, por vários detalhes:
Fio: Talvez o mais importante detalhe em uma faca, o
protótipo da AITOR tinha um grind extremamente alto indo até acima do meio da
lâmina, permitindo assim que a faca pudesse ter uma afiação muito oblíqua,
aumentando em muito o seu poder de corte. A meu ver, um ponto positivo e outro
negativo pois, quem não quer uma faca extremamente afiada, contudo, isso torna
o fio extremamente frágil devido exatamente à sua grossura e, ainda, devido à grande retirada de material da lâmina torna está bem mais frágil e, talvez seja este o grande defeito deste modelo pois será um equipamento entregue nas mãos de soldados que não são muito conhecidos por serem delicados com seus equipamentos.
Serra: Distinta das demais serras de facas de sobrevivência de cabo oco da AITOR mas, já usada em facas como El Montero e Oso Negro/Blanco em seus primeiros modelos, essa serra possui dentes arredondados e é afiada, não servindo para o corte de madeira, mas, segundo algumas imagens que pude ver, é muito eficiente para o corte de ossos de animais de grande porte, material congelado, metal de fuselagem de aeronaves e, pasmem, até mesmo de metal como pregos e arames grossos mas, talvez a maior qualidade desse tipo de serra seja o de não enroscar a faca em um caso de estocada causando, talvez, a perda da faca em um momento de luta.
Serra: Distinta das demais serras de facas de sobrevivência de cabo oco da AITOR mas, já usada em facas como El Montero e Oso Negro/Blanco em seus primeiros modelos, essa serra possui dentes arredondados e é afiada, não servindo para o corte de madeira, mas, segundo algumas imagens que pude ver, é muito eficiente para o corte de ossos de animais de grande porte, material congelado, metal de fuselagem de aeronaves e, pasmem, até mesmo de metal como pregos e arames grossos mas, talvez a maior qualidade desse tipo de serra seja o de não enroscar a faca em um caso de estocada causando, talvez, a perda da faca em um momento de luta.
Cabo: Era o mesmo usado nas facas Jungle King I,
apenas um pouco mais curto, feito em aço inoxidável com a guarda integrada e
tampa idêntica aos modelos da época.
Bainha: Era muito semelhante ao das faca cuchillo de monte e cuchillo
de montanero da mesma AITOR e, além dos prendedores de perna e do sistema de
presilhas para o punho da faca e para a retirada e colocação da faca no cinto,
não tinha outros adereços.
As fotos acima são do protótipo que a AITOR criou para participar da concorrência para a adoção pelo exército norte americano na década de 80 e foram retiradas do Mercado Livre aproximadamente em 2013/14.
Como é possível notar pelas fotos, essa
faca lembra muito uma Bucanero, pois foi o protótipo que serviu de ponto de
partida para a AITOR desenhar e fabricar este modelo em algum período
posterior.
Com o formato quase idêntico ao protótipo,
a Bucanero possuía, apenas um perfil de lâmina mais fluido e um grind menos
elevado, fazendo com que o projeto ficasse algo mais robusto, a meu ver, projeto este que ficou prejudicado por não ter uma bainha cheia de acessórios, como as
facas da série Jungle King, pois, como já comentei em outra postagem, a Bucanero bem que poderia ter recebido uma
bainha mais elaborada com os mesmos acessórios da JKI e até mesmo receber o
nome de Jungle King II, ficando a JKII então com o título de JKIII e assim
sucessivamente pois, pra quem gosta de facas de grandes dimensões, a JKI atende
perfeitamente aos anseios do mais exigente dos sobrevivencialistas. Para quem
gosta de facas pequenas, as JKII são o melhor de todos os mundos mas, e
pra quem quer uma faca de médias dimensões com o maior número de utilidades
possíveis, nesse caso, a Bucanero deixa a desejar pois a sua bainha não tem,
sequer, uma pedra para a manutenção do fio e, como o kit de dentro do cabo é o
mesmo da JKI, esta não possui nenhum sistema de ascendimento de fogo, haja
vista que a JKI tem uma barra de magnésio/pederneira na bainha e não tem
nenhuma barra de magnésio no cabo ficando a encargo do usuário incluir esse
acessório em suas facas. Hoje esta tarefa não é algo difícil, mas nos
primórdios dos anos 80 esse tipo de material era algo praticamente impossível
de ser conseguido aqui no Brasil, embora nos Estados Unidos e Europa isso fosse algo bastante corriqueiro.
Uma das coisas que a maioria dos
defensores de facas full tang critica em facas de cabo oco é que o formato
tubular do cabo pode rodar quando se utiliza a mesma para golpear madeira e que
esse formato não permite ao usuário saber de que lado o fio da faca estaria em
caso de ter que pegá-la na escuridão da noite. A meu ver, são dois problemas
facilmente resolvidos, o primeiro utilizando-se o cordão do fiel na furação da
guarda e não na tampa, e o segundo, sempre colocar a faca do mesmo lado na
bainha, aliás, vejo isso como um ato instintivo e, se não fosse dessa forma,
não haveriam bainhas ambidestras, mas somente bainhas que permitem a guarda da
faca sempre de um mesmo lado ficando assim, prejudicados os canhotos ao
portarem a sua ferramenta do lado esquerdo e tendo seu saque sempre com o fio
voltado para a frente. Um outro fato que descredibilita estes argumentos é o
fato de que outras facas famosas e muito apreciadas por campistas,
sobrevivencialistas e soldados tem seu cabo cilíndrico, tais como as Ka-Bar,
Ontário USAF, IMBEL MK2, Sykes & Fairbairn (embora esta última tenha fio dos dois lados), etc. Particularmente, eu me
adapto muito bem a facas de cabo redondo, especialmente porque facas de cabos
anatômicos quase sempre não casam bem com a maioria dos usuários pois em se
tratando de facas comerciais, estas são vendidas para pessoas de diversas
estaturas e, portanto, não serão indicada a todos os tamanhos de mãos, guardadas as devidas exceções.
Modelos: Basicamente, foram criados apenas dois modelos de facas Bucanero, a de coloração natural em inox, apenas jateada, e a em inox banhado em cromo negro.
Modelos: Basicamente, foram criados apenas dois modelos de facas Bucanero, a de coloração natural em inox, apenas jateada, e a em inox banhado em cromo negro.
Foto retirada de um catálogo da própria AITOR nos anos 80
Como já é de costume nos textos que eu
escrevo, após falar do aspecto histórico e detalhes do surgimento e de dados
técnicos, eu costumo separar cada parte da faca e falar de cada um
independentemente, então...
A
lâmina: Porque eu sempre
começo pela lâmina? Porque é a parte principal de cada faca e, notadamente, é o
que define esta faca para a função específica a que esta atuará. Neste caso,
uma lâmina de sobrevivência deve, obrigatoriamente, atender a três aspectos
básicos, são eles:
a)- Robustez. A faca deve tolerar os rigores da função
a que será destinada;
b)- Dureza adequada ao uso. De nada importa termos uma faca com 60
pontos na escala Rocwell se esta não tiver também tenacidade e quebrar-se ao
menor golpe em um galho de árvore, da mesma forma, uma lâmina das mais
flexíveis que não consegue manter a capacidade de corte e necessita de re-afiação
a cada meia hora de uso;
c)- Funcionalidade condizente. Além do formato da lâmina, que a tornará
apta ao uso que se fará dela, mas também o material de que são feitas deve
atender aos rigores e necessidades do uso. Existem muitas lâminas de
sobrevivência feitas em aços muito bons, mas aços ao carbono. E se o local onde
for utilizar for em uma floresta da mata atlântica ou amazônica onde a umidade
costuma destruir esse tipo de metal muito rapidamente, e o que dizer então de
ambientes costeiros onde, além da umidade, existe a salinidade do ar. A
primeira parte a sofrer com a corrosão é, exatamente o fio de corte onde o
metal é mais fino e mais desprotegido pois o resto da lâmina pode ser pintado e
existem tintas epox muito resistentes hoje em dia, então, é de suma importância
que as lâminas destinadas a esta finalidade tenham boas características de
inoxibilidade.
As linhas da silhueta da Bucanero foram desenhadas e confeccionadas com a finalidade de aumentar a eficiência da faca em cenários de sobrevivência.
A lâmina da Bucanero é feita no
tradicional aço inoxidável de alto teor de carbono e com a adição de Cromo,
Molibdênio e Vanádio que aumenta a tenacidade, a dureza e a capacidade de
retenção de fio que já atende aos quesitos A e C. A dureza não é das mais altas
que já vimos, principalmente porque hoje existem aços mais avançados que podem
ter durezas de 60 ou mais pontos da escala rockwel com alta tenacidade, mas os
56/58 pontos das lâminas já tem uma retenção de corte bastante alta e
a facilidade de afiação também muito boa, sendo que as lâminas fabricadas após
2012, segundo especificação na própria caixa das Jungle King 1 passaram a ter
dureza entre 54/58 pontos da escala Rockwel. Para exemplificar, lembro-me de um
acampamento que fui em uma área aberta em um dia realmente frio no inverno (foi
a noite mais fria daquele ano no Paraná) em que levamos somente redes de
algodão para o pernoite e quando o frio realmente apertou, passei praticamente
a noite toda cortando e rachando galhos de laranjeira (única madeira seca existente no local), para a fogueira com a minha Jungle King I e, creio
que todos sabem a grande dureza dessa madeira, tanto para o corte quanto para
rachar, no dia seguinte apenas algumas passadas na pedrinha de cerâmica do
canivete Victorinox e pronto, estava rapando pelos do braço novamente.
Experiências pessoais à parte, como já foi
dito, o formato afalcatado tem vantagens e desvantagens, mas um outro ponto que
gosto nesse formato é que a ponta da faca fica com um perfil bastante curvado
na região do fio e isso, para a retirada de peles de animais é realmente muito
bom. A grande maioria das pessoas não sabe disso, mas depois de retirada uma
pele animal ela deve ser salgada para não juntar moscas que põem larvas que vão
furar e apodrecer as mesmas, e postas para secar para que
se proceda o curtimento, depois de secadas, se raspa todo o excesso de carne e
gordura que restou na esfola e, para isso, uma faca com perfil de ponta
mais curvado evita que esta ponta venha a furar a pele, garantindo assim o melhor aproveitamento dessa pele.
O contrafio é parcialmente afiado, ou
seja, um fio que não corta mas trás vantagens quanto à penetração para o caso
de uma eventual defesa. Antes do início do contrafio, entre este e a serra
existe uma pequena parte plana que auxilia no trabalho de battoning.
A serra é a mesma usada nas facas AITOR no
período pré-crise ou anterior aos anos 2000, as famosas serras dente de lobo que
tem um perfil triangular em duas carreiras de dentes e é sobremaneira eficiente
para uma série de afazeres de sobrevivência mas eu tenho que fazer aqui um
aparte, todas as serras usadas em facas são mal interpretadas, inclusive por mim inicialmente, pois a maioria
das pessoas acha que com uma serra no dorso de sua faca, o usuário vai sair por
ai cortando todo o tipo de madeira sem qualquer problema e com a mesma eficiência
de uma serra de poda. Sinto muito desapontá-lo, mas simplesmente não é assim
que estas serras funcionam. Pelo fato de serem curtas para a grossura que tem,
e por mais que tenham um perfil agressivo e um desbaste na lâmina para que o
meio desta lâmina seja mais fino do que a extremidade da serra, isso não é o
suficiente para que a serra tenha um desempenho aceitável para esta finalidade.
A única serra que vi que realmente serve a esta função é a famosa faca do
Rambo, idealizada pelo cuteleiro Jimi Lile que pude ver por fotos esta serrando
uma tora de madeira de tamanho considerável, e mesmo assim, não vi nenhum vídeo
para saber qual a dificuldade que se teve para efetuar essa tarefa.
E qual é, então, o objetivo de manter uma
serra como estas no dorso de uma lâmina pois é notório e sabido que a confecção
de uma serra no dorso de uma lâmina a enfraquece substancialmente?
Simples. Quando se está na natureza usa-se
efetuar uma série de entalhes em madeira, seja para encaixar uma haste em outra
para fazer uma amarra mais resistente (abrigos, escadas, etc.), seja para fazer
um degrau de um encaixe (uma armadilha, um alarme, um suporte para panelas,
etc), seja para fazer um desbaste (uso como grosa na retirada de material de
uma haste na confecção de um arco ou algo assim), enfim, são realmente muitos
os usos desse recurso em lâminas de sobrevivência.
Detalhe do desbaste da lateral da lâmina para facilitar a entrada da lâmina da faca no material serrado. notem que o pé da lâmina é mais grosso que o meio desta e a base do fio é mais estreita que a parte da serra.
Por tudo o que explanei acima, acredito
que a lâmina da Bucanero é adequada mesmo aos mais exigentes sobrevivencialistas.
Vejamos agora outros pontos do conjunto.
O
cabo: Feito quase que
exatamente idêntico ao cabo da Jungle King 1, apenas com alguns milímetros a
menos no comprimento, é fabricado inteiramente de aço inoxidável e, embora seja
fabricado em duas partes, cabo e guarda, mas a união de ambos é feito por solda
mig e usinado para não aparecer os pontos de emenda e parecer que são ambos uma
única peça. Eu já vi lâminas de Bucanero quebradas mas jamais algum desses
cabos partidos ou sequer entortados.
O cabo da Bucaneiro possui, de forma
idêntica ao da Jungle King 1, cinco anéis recartilhados e equidistantemente
dispostos ao longo da sua parte tubular e isso realmente auxilia em muito a
reter a faca nas mãos, mesmo com estas sujas ou molhadas.
A guarda, que passa a compor uma única
peça com a manopla tubular, é de menores proporções que a da Jungle King 1 e isso já é uma grande vantagem quando se utilizará a faca como uma utilitária ou para a cozinha e, assim como na série Jungle King 1 e Desert King, até onde eu pude perceber por fotos de algumas peças que saíram da fábrica sem a devida usinagem de acabamento, ou é feito por injeção ou por eletro erosão mas eu desconfio mais da primeira opção. Possui um furo em cada extremidade para que o
usuário possa tanto colocar um cordão fiel para auxiliar na retenção da faca na
mão em caso de uso extremo ou em uma luta, como também passar o cordão da
bainha para amarrá-la a uma haste e confeccionar uma lança.
Detalhe da guarda sem a devida usinagem de acabamento onde se pode observar algumas falhas ou granulações típicas de peças fundidas pelo processo de injeção à quente e, uma linha em baixo relevo que me levanta a dúvida se esta parte também não seja feita em duas outras e soldada pelo mesmo processo já descrito e usinada posteriormente. Notem que esta peça está tão mal acabada que nem o chanfro nos furos da guarda foram feitos, deixando-os ainda com cantos vivos.
Outra coisa que chama a atenção é que as escritas na lâmina parecem ter sido feitas à laser e não por serigrafia CNC como nos dias atuais.
O acabamento dessa guarda, e das facas da
Série Jungle King, é bastante vivo e pode até retirar a pele caso tiver que
usá-la passando o dedo indicador por sobre ela para posicioná-lo mais próximo ao fio para serviços de maior precisão. Se eu
pudesse sugerir ao fabricante uma modificação de acabamento, seria arredondar
um pouco estas arestas para evitar este tipo de problema. Acreditem, já tive
problemas sérios com esse tipo de coisa pois ao efetuar um acampamento de três
dias no MS, onde eu morava, tive que fazer algumas estacas para amarrar as pontas da lona do rancho e algumas pioneirias como um tripés, uma cama de campanha, mesas, cadeiras, etc, com uma
JKI e no segundo dia eu não podia nem pensar em apoiar o dedo por sobre a
guarda pois a irritação da pele no vão entre o indicador e o polegar era perceptível a olhos vistos. Hoje, quando tenho alguma destas atividades para executar, procuro usar luvas para evitar contratempo e poder curtir mais o evento.
Dentro do cabo existe a tradicional
cápsula com itens de auxílio à sobrevivência e os itens são os mesmos que a
Jungle King 1, ou seja:
4- Band-ayds;
1- Pinça;
1- Lâmina de bisturi (que juntos formam o kit
de primeiros socorros);
2- Agulhas e um pequeno rolinho com duas
cores de linha dentro de um pequeno frasco hermético;
2- Alfinetes de fraldas (que formam o kit de
costura);
3- Pequenos anzóis com 1,5m de linha 0,20 amarrada a cada um;
1- Pequeno rolo de linha de poliamida 0,20 extra com cerca de 3m de linha;
1- Pequeno rolo de linha de poliamida 0,20 extra com cerca de 3m de linha;
3- Chumbadas (que compõe o kit de pesca);
1- Pequenino lápis para anotações;
1- Rolinho com cerca de 1,5m de uma cordinha com cerca de 1,5mm para tarefas diversas.
Esse kit poderia ser um pouco melhor
preparado pois que falta além de algum sistema de acendimento de fogo, um
aparato para assentar o fio da faca quando o usuário estiver em uma situação
real de sobrevivência de longo prazo pois que as tarefas de manutenção da vida
podem exigir muito do fio de qualquer faca. Seria muito fácil para a AITOR
dotar a bainha da faca com uma pedra para a afiação na bainha e uma simples
barra de pederneira idêntica à da Jungle King 2 dentro da cápsula, haja vista que a Commando, sua sucessora tem uma cápsula mais restrita que a da Bucanero e já vem com a dita barra de pederneira.
O cabo é fechado por uma tampa rosqueada
que possui em seu interior uma bússola com elemento líquido que, infelizmente
vem colada à tampa. Ocorre que, as bússolas da AITOR estragam-se com uma
facilidade muito grande e, mesmo que substituída, eu gosto de manter as
bússolas originais guardadas, por preciosismo apenas, e isso é extremamente
difícil de ser feito com essas bússolas pois, em alguns casos se consegue sacar
a bússola com a aplicação de spray de WD-40, mas em outros, é necessário usar
uma fresa e ai a integridade da mesma não pode ser mantida. Uma das
coisas que eu nunca deixo de fazer é uma verificação frequente em todo o meu
kit de sobrevivência de facas e, nessas verificações, pederneiras, prazos de
validade de comprimidos de hipoclorito e medicamentos, ferrugem em anzóis, agulhas,
alfinetes e bisturis, troca de linhas de pesca e, é claro, aferição das
bússolas é algo da maior importância.
A tampa da bucanero, assim como a da JKI é
feita de aço inoxidável e, embora seja arredondada, serve perfeitamente como
quebra castanhas pois tem resistência apropriada a isso, embora vez por outra fará com que uma ou outra castanha espirre bem longe.
Para além destas funções, possui um
passador para fiel que permite sujeitar a faca à mão de forma que evite que
esta escape quando se está cortando madeira a golpes e já se está com as mãos
estressadas e somadas ao maior diâmetro dessa tampa, auxilia a segurar a faca
caso esta venha a escapar.
O tamanho da Bucanero é muito bom para a
maioria das situações de sobrevivência. Particularmente eu gosto de facas de
maior tamanho pois que poupa muita energia ao cortar-se galhos e troncos de
diâmetro um pouco maiores para a confecção de abrigos e outras estruturas
mateiras, mas me sentiria muito bem servido com uma Bucanero em mãos e em uma
situação de emergência e seu menor tamanho auxilia muito no porte dentro de
bolsas e mochilas.
Ainda quanto ao tamanho de facas para a sobrevivência, e
defendendo os meus pontos de vista, tenho visto muita gente usar de facas
pequenas para essa finalidade pelo simples fato de que elas são, realmente,
mais leves e menos cansativas para o transporte, mas eu, em minha forma de ver,
penso que aquela energia que o usuário economizou ao carregar uma faca pequena
e sem recursos, ele irá gastar muitas vezes ao ter que ficar durante longos
minutos cortando um galho ou um tronco de madeira para abrigo ou pioneirias.
Claro que você pode apanhar um pedaço de madeira e usar para batonear esta faca,
mas, em primeiro lugar, e o tempo perdido para encontrar esse tal porrete e, o
esforço extra que sofrerá a sua lâmina com o battoning? E quanto à todos os acessórios que se pode carregar acoplados ou inseridos na faca ou na bainha e que são de dificílima ou impossível fabricação com elementos naturais. Quando eu escolho uma
faca com mais recursos e maior peso, consequentemente, eu a uso na cinta que
vai descarregar esse peso nas pernas que são o grupo muscular mais forte dos
seres humanos, porém, quando eu vou batonear ou cortar um galho com uma faca
pequena, eu estou utilizando os braços e mãos em uma atividade de repetição
rápida, o que faz com que eu queime muito mais calorias e acabe sofrendo os
efeitos da falta de recursos alimentares muito mais cedo. Respeito todos os que
utilizam uma faca pequena e dizem que essa é uma atitude mais pé no chão, mas
sempre que saí a campo para a construção de pioneirias, o que vi foi cidadãos
que, depois de passar algum estresse com o seu equipamento e presenciar a falta
de rendimento com esse equipamento, acabaram por sentar e deixar o serviço
pesado por minha conta ou de outros companheiros que também utilizavam
facas de grande porte ou facões e acabaram se eximirem do trabalho pesado, o que gerou certos atritos em algumas vezes, o que é
perfeitamente compreensível quando se percebe que o fato torna-se recorrente.
Em alguns poucos casos, parceiros de aventura passaram a utilizar lâminas
maiores alegando que mudaram de ideia depois de ver o desempenho de uma lâmina
de maior porte e sentiram-se incomodados por deixar as tarefas sem efetuar ou
por terem menor rendimento por incapacidade das suas lâminas. Ganharam meu
respeito pessoal não só pela resiliência em mudar de opinião, mas também por
empenharem-se mais para ajudar, ficando incomodados em deixar as tarefas mais
pesadas nas mãos de outros. É claro que existem exceções e, facas grandes são
realmente mais desengonçadas para trabalhos mais delicados e de precisão, enroscam mais no mato denso, são mais lentas de sacar, enfim, mas
mesmo assim, é mais fácil adaptar uma faca grande ao serviço de uma faca
pequena do que o contrário. Para pequenas pescarias, saídas a campo para
diversão, caçada de pequenos animais (desde que não se tenha que cortar madeira
para fazer um apostadeiro), uma faca de médias a pequenas dimensões são
perfeitamente dimensionadas mas para atividade de sobrevivência pesada ou bushcraft avançado eu sugiro uma faca de médias a grandes dimensões.
A bainha: Fabricada
no mesmo material da maioria das bainhas de facas AITOR, em poliamida reforçada
com fibra de vidro, a bainha das Bucanero são bastante simplistas e apresentam
apenas a entrada para a faca sem mais gadgets ou acessórios. As correias seguem
os padrões da AITOR com prendedores rápidos para o cinto e empunhadura, que eu , acho excelente para saque mas para prender a faca no local necessita as duas
mãos, então, se você é como eu que gosta de portar a faca um pouco mais para as
costas e não na lateral do corpo, vai ter um certo trabalho para conseguir
“abotoar” a empunhadura na bainha com uma única mão.
O desenho da bainha foi meio que copiado da faca Buckmaster da Buck, norte americana que é contemporânea à Bucanero, e possui “asas” na sua lateral que servem
para passar uma corda que é enrolada na mesma e, também, para incorporar um
bolso de tecido de nylon denominado “cubierto Bucanero” que não é parte
integrante do equipamento mas é vendido separadamente. Enrolado à bainha é
fornecido 3,5m de corda de nylon com alma e resistência de 75,00kg, realmente
muito útil em situações de sobrevivência na hora de confeccionar um abrigo de
emergência, suspender um animal abatido, uma balsa ou armadilhas.
Na extremidade inferior a bainha possui um
furo para escoamento de água e outro para a passagem de um cordão que serve
para amarrar a bainha à perna e evitar que esta fique chacoalhando se o usuário
tiver que correr. Na extremidade desse cordão existe uma presilha exatamente igual à da série de facas Jungle King da mesma AITOR.
Uma outra característica desta bainha é um
recorte que esta tem na sua parte traseira que salienta-se para dentro da
bainha, de forma que prende a faca na sua posição, não permitindo que esta
fique chacoalhando dentro da bainha. Isso realmente é ótimo para situações em
que se precise movimentar em silêncio, mas acaba por arranhar a lâmina da faca
por causa do seu acabamento fosco e isso prejudica o acabamento para quem quer
esta faca para coleção.
Nestas fotos de frente e perfil temos uma ideia das proporções da
bainha da Bucanero e seu formato que é muito semelhante ao da Buck Buckmaster. O volume que se nota por baixo da corda na parte traseira da bainha é uma pequena pedra que eu coloquei lá para o assentamento do fio, porém, esta pequena pedra esta com os dias contados pois eu pretendo adquirir alguns afiadores de diamante que são mais finos, leves e duráveis que as pedras convencionais e, com a característica de não gastarem-se, deixando um perfil côncavo que prejudica a afiação perfeita da faca.
Acessórios: Como mencionei acima, é vendido como acessório um bolso feito em
tecido de nylon que transporta um conjunto de talheres denominado “Cubierto
Bucanero” e é composto de uma colher, um garfo e uma faca que também tem a
função de abridor de latas. Estes talheres tem um cabo em forma de gota e,
anteriormente eram esqueletonizados e tinham um rasgo também em forma de gota
para alívio de peso mas, posteriormente, passaram a vir somente como um furo
redondo.
O bolso possui dois compartimentos, um para os talheres e outro vazio para uso do proprietário da faca colocar coisas da sua utilização. No meu caso, eu adaptei um pequeno frasco de plástico que eu ganhei de meu irmão e que coube como se tivesse sido feito para essa função e eu preenchi com um kit mais eficiente de pesca, alguns fósforos à prova de tormenta, entre outras coisas de auxílio à sobrevivência.Bom. Por tudo o que eu explanei aqui é que resolvi dar o título dessa matéria como "sobrevivência nas veias", pois essa faca é descendente direta de algumas das facas mais emblemáticas da Espanha e é idealizada a partir de uma família de ferramentas destinadas à essa atividade, porém, foi idealizada para ser leve e esbelta para não atrapalhar o dia a dia de soldados ou sobrevivêncialistas que queriam uma faca de médias dimensões mas de grande utilidade e rendimento.
Cubierto Bucanero. Os talheres em seu formato original com o vasado do cabo ainda em forma de gota, e o bolsinho que os acomodava.
O bolso devidamente "abraçado" à bainha, a meu ver não acrescenta peso à esta e traz as enormes vantagens de dispor de talheres para acampamentos mais elaborados.
Um outro acessório que eu coloquei neste bolsinho e que coube perfeitamente sem apertar ou ter-se que abrir mão de outra coisa para a sua instalação foi uma pederneira de grandes proporções (Ø1cm) e, agora sim, um acessório para acendimento de fogo com maior prazo de duração.
Segundo fui informado pelo meu irmão, esse pequeno recipiente foi adquirido com balinhas de ortelã e eu já procurei algum dessa natureza com idênticas dimensões e não encontrei.
Outro acessório que, não foi feito para esta finalidade,
mas que se encaixa tão bem quanto o outro é conjunto denominado de “Cubierto de
Campo” que é muito similar ao “Cubierto Bucanero”, mas que, em vez de possuir a
colher, o garfo e a faca, possui a colher, o garfo e um canivete de duas (ou três) lâminas denominado “Gran Capitan”, que cumpre a função da faca. Este canivete
possui uma lâmina de corte e outra multifuncional agregando as funções de
abridor de latas, abridor de garrafas, serra para escamar peixes, chave de
fendas e um rasgo central que serve para desatarrachar porcas/parafusos. Alguns
modelos deste canivete apresentam uma terceira lâmina que é um saca rolhas e os
modelos mais novos apresentam uma mosca curva na base da lâmina principal que
alguns dizem servir de cortador de charutos à moda tesoura junto com a lâmina
multifuncional ao lado mas eu acredito mais que seja um raspador de pederneira,
embora esta não acompanhe o conjunto
Este último bolso não apresenta o bolsilho
menor acoplado à frente à moda canguru como o “Cubierto Bucanero” e também não
possui as fitas laterais com velcro para passar pelas "asas" da
bainha mas sim um passante de cinto em alguns modelos e um acessório tipo
"ALICE" clip para ser acoplado em cinturões militares em outros
modelos, mas isso é perfeitamente contornável usando-se uma fita de velcro.
Cubierto de campo e suas opções. Canivete de duas lâminas, garfo e colher.
Sistema de fixação tipo "ALICE" para cinturões militares que serve perfeitamente para cintos normais também mas que atrapalha um pouco para a acoplagem a uma faca.
O bolso também pode ser encontrado em variações de cor e tecido, sendo que o modelo luxo vem em cordura negra com as bordas do arremate para a costura em pelica negra ou marrom mas outros modelos podem vir em um tipo de poliamida verde, areia ou em tons camuflados tanto em padrões verdes para selva quanto em tons marrons e areia para deserto.
Como se pode ter uma ideia, desde a sua concepção, a Bucanero foi idealizada para servir a soldados em campo de batalha e eu creio que é uma ferramenta mais do que acima de qualquer expectativa mesmo para as melhores tropas de elite do planeta considerando que as melhores facas militares empregadas no mundo não compõe um conjunto de funcionalidade tão efetiva quanto ela, mas... sempre se está sujeito ao gosto do alto comando militar para a adoção de equipamentos e o que voga nas cabeças da maioria destes elementos que detém o poder é a simplicidade e... Preço.
Descontinuação
O que eu suponho é que com as experiências adquiridas no primeiro projeto de intento de adoção pelas FA dos EUA, a AITOR tentou desenvolver um novo equipamento que possuía melhorias onde os militares enxergaram fraquezas no projeto Bucanero, ou seja, o cabo não ser anatômico, não possuir a pedra de amolar, não possuir o sistema de acendimento de fogo, etc, e foi o que gerou o projeto COMMANDO que visava atender aos quesitos de escolha de adoção pelas FA germânicas que também estava em vias de substituição do seu equipamento e que será abordado por mim em breve em futura postagem. Desta forma, e com um outro modelo que utilizaria o mesmo tipo de lâmina que a Bucanero mas com claras melhorias, os diretores da AITOR resolveram descontinuar esse modelo.
Eu não sei quantas unidades dessa faca foram vendidas mundo afora, mas, vez ou outra aparece uma ou outra para ser vendida aqui mesmo no Brasil pois muitas destas unidades foram importadas via Paraguai ou mesmo diretamente da Espanha por pessoas que tinham negócios neste pais. O mais comum é que se encontre o modelo inox jateado e eu realmente só cheguei a ver um exemplar banhado ao cromo negro à venda aqui no Brasile que agora está na minha coleção. Vez por outra se vê desses modelos à venda em tendas na Espanha ou nos EUA a preços até razoáveis, mas o que mata são os malditos impostos de importação.
CONCLUSÂO.
Como fechamento desta matéria, o que tenho a dizer é que, tanto para a pescaria ou caçada de fim de semana, para acampamentos de média ou longa duração, para a prática de bushcraft ou mesmo para situações extremas de sobrevivência, e embora tenha claras limitações em comparação com as outras facas do gênero da AITOR, vejo a Bucanero como uma rival quase impossível de ser batida se comparada a outras facas de sobrevivência industriais ou artesanais de todo o mundo, tanto pelo material empregado na sua confecção quanto pelas qualidades técnicas empregadas na fabricação, design e detalhes ou sub-funções agregados ao projeto. Como já disse anteriormente, Dom Pedro Maria Izaguirre Acha era realmente um homem muito à frente do seu tempo e alguém que apostava pesado em cutelaria de primeira linha aplicando materiais, processos construtivos e acessórios unidos a um design realmente de forma e função soberbos.
Aplaudo DE PIE esta publicación, amigo Silvano: colosal tu tarea de mantener en la memoria de todos nosotros estos cuchillos que marcaron una época. Saludo cordial de un ávido seguidor tuyo
ResponderExcluirOlá Cristian.
ExcluirFico muito contente que tenha gostado do artigo. Só houve um pequeno engano, Silvano é o meu irmão, que escreve as matérias no Fórum Armas Blancas com o codinome "Amazoniaman", eu sou o Sandro, ok. Eu também sou membro deste fórum que é uma riquíssima fonte de pesquisas, mas eu nunca escrevi nenhuma postagem lá pois como tenho pouco tempo para ler todas as postagens, sempre fico com receio de postar algo repetido.
Abraços.
Sandro.
Gracias Sandro! jeje, para el tiempo que había escrito mi comentario me percaté de sus nombres, pero ya era algo tarde: aún así, a ambos los considero mis amigos en este recordar cuchillos de supervivencia de cabos huecos. Gracias por escribir y que sigan apareciendo artículos de esta calidad que ambos producen. Abrazo!
ResponderExcluirOlá Cristian.
ResponderExcluirSem dúvidas tanto eu quanto meu irmão gostamos dos mesmos tipos de facas (cuchillos) e a forma de expressar é até bem parecida, então é fácil de confundir. Por minha parte, não vejo problemas e espero que continue lendo as minhas publicações e que sejam de seu agrado.
Un saludo desde Brasil.
Sandro.
Hola Sandro! Ante todo un deseo de buen año para ti y tu hermano, y desde ya que espero con ansiedad algun posteo nuevo sobre cuchillos de mango huecos, de esos que sabes escribir y fotografiar tan bien. Hasta pronto; saludo cordial
ResponderExcluirOlá Cristian.
ExcluirA você também um ótimo ano e desejo que suas aspirações para este ano seja todas atendidas.
Estou com a matéria sobre a commando já baixada no blog, apenas não publiquei porque preciso de fotos melhores do que as que eu tenho, vamos ver se o clima por aqui dá uma força e eu consigo fazer isso hoje ainda, se tudo der certo, pra semana que vem já terá novidades.
Abraços.
Espero otro artículo sobre los cuchillos de mango hueco con una expectativa muy fuerte. Saludo cordial desde Argentina!
ResponderExcluirOlá Cristian.
ExcluirEstou preparando artigo sobre dois outros "cuchillos de supervivência" espanhóis e apenas estou meio sem tempo no momento para postá-los pois demora algum tempo para tirar as fotos necessárias pois dependo de uma boa iluminação e só dá pra fazer isso nos fins de semana que, nem sempre está propício a isso.
Pretendo tirar mais e melhores fotos para esse artigo também, haja visto que consegui adquirir uma Bucanero negra em ótimas condições, então creio que para a semana que vem já mudari as fotos desse artigo também.
Un saludo desde Brasil.
Boa tarde... Tenho uma dessas faz anos que as guardo sabe dizer o valor dela de mercado? Gostaria de vender a mesma.
ResponderExcluirBoa noite.
ResponderExcluirEssas facas estão supervalorizadas agora por conta do dólar estar em alta. Agora é a hora certa pra vender.
No Mercado Livre tem uma em perfeitas condições, na caixa e tudo, em estado "mint", como na loja e o proprietário estava pedindo RS$ 2.400,00, depois baixou pra RS$1.800,00, depois subiu pra RS$2.150, ai colocou outro anúncio de RS$2.300,00 da mesma faca e na real, não dá pra saber o quanto ele quer de fato, creio que pechinchando sai por uns RS1.500,00/RS$1.700,00.
No mesmo Mercado Livre tem uma preta por RS$2.000,00, mas essa acho muito difícil vender por esse preço pois está muito detonada. Quem compra uma faca como estas ou quer pra uso, dai nunca vai pagar tudo isso, ou quer pra coleção, dai tem que estar perfeita, sem afiar, sem arranhões e, de preferência, até na caixa, ai o preço realmente é salgado.
Se considerarmos que o preço das Bucanero nunca igualaram o das Commando, que tem mais adereços que a primeira (embora existam menos Bucaneros no mercado do que Commando, mas ainda existem bastante delas por ai pois no Paraguai elas eram muito vendidas nas décadas de 80 a 90), e uma commando está na casa dos 130,00€,então, com o Euro na casa dos RS$6,00, aqui no Brasil isso ficaria na casa dos RS$730,00, porém, podemos colocar mais uns RS$200,00 de frete e o famigerado imposto sobre produtos importados, que é cobrado inclusive sobre o frete, mais 60% (930x1,6=1.488,00 Arredonda pra 1.500,00) ai vem a taxa de desejo do comprador que pode pagar mais (ou não pode, como a maioria de nós, reles mortais).
Então, espero ter te dado algum subsídio pra decidir o que pode pedir pela sua.
Um abraço.
Sandro.